domingo, 16 de outubro de 2011

Um pouco sobre o Ecofeminismo...

Ecofeminismo é um termo originalmente criado pela feminista francesa Françoise d´Eaubonne (Origem com seu trabalho “Le feminisme ou la mort” “O feminismo ou a morte”) em 1974 e simboliza a síntese de ambientalismo (ou mesmo ecologia) e feminismo, que mais tarde foi aplicado à raiz do Movimento Chipko na Índia e no Women´s Pentagon Action nos Estados Unidos da América. É a teoria que busca o fim de todas as formas de opressão. Relaciona as conexões entre as dominações por raça, gênero, classe social, dominação da natureza, do outro - a mulher, a criança, o idoso, o índio. Também sofreu influência dos movimentos antimilitaristas e antinucleares que eclodiram na Europa e Estados Unidos na década de 60.
Iniciando com o ativismo ambiental de mulheres, na segurança ambiental e defesa da saúde, essa corrente ambientalista do feminismo firmou-se como corrente específica após o encontro promovido pelas Nações Unidas no Rio de Janeiro, em 1992, com a liderança de Petra Kelly.
Nesse evento, os debates entre o movimento das mulheres e o ambientalista relevaram tanto a importância do meio ambiente para a saúde física e mental dos seres, quanto a importância do despertar da cidadania feminina e a conscientização de seus direitos.

O ecofeminismo pode ser dividido em três tendências:

1. Ecofeminismo clássico, na qual o feminismo denuncia a naturalização feminina como meio de justificar o patriarcado. Segundo esta tendência, a busca masculina pelo poder tem levado o mundo a guerras e à destruição do planeta e a ética feminina de proteção da vida se opõe à essência agressiva dos homens. Assim, as mulheres seriam pré-dispostas ao pacifismo e à conservação ambiental, e os homens teriam tendências à competição e à destruição;
2. Ecofeminismo espiritualista do Terceiro Mundo, originado nos países do sul, sofreu influência dos princípios religiosos de Ghandi (Princípios filosóficos não sangrentos, porém eficientes, inspirando os hindus para que mantivessem uma união disciplinada e conclamou a Humanidade para uma reflexão em que a bondade deve recair sobre bons e maus. Com fortes raízes espiritualistas, justificou plenamente a filosofia pacifista que empregou na sua missão. Conhecedor da imortalidade da alma e da pluralidade das existências, Gandhi foi à luta, consciente de que toda boa colheita só obtém êxito em campo lavrado) (Ásia) e da Teologia da Libertação (Fonte de reflexão teológica que impulsionou processos de renovação, modificando visões de mundo. Passou a ser um marco referencial para outros grupos que se consideram oprimidos: os cristãos pobres da África e da Ásia, as minorias discriminadas nos Estados Unidos (negros e hispanos) e os diversos movimentos feministas. )(América Latina). Atribui à cosmologia a naturalização da mulher, e afirma que o desenvolvimento da sociedade ocasiona a violência contra as mulheres e o meio ambiente, pela dominação e centralização do poder patriarcal. Caracteriza-se pela postura crítica contra as formas de dominação, tais como antisexista, antiracista, antielitista e anti-antropocêntrica;
3. Ecofeminismo construtivista, que defende que a relação da mulher com a natureza é originária de suas responsabilidades atribuídas. Embora compartilhe idéias contra as formas de dominação, não se identifica nem com o essencialismo nem com as fontes religiosas espirituais anteriormente citadas. Defende a necessidade de assumir novas práticas de relação de sexo e com a natureza.

Importância

Um exemplo da prática ecofeminista ocorreu no início do movimento, na qual um grupo de mulheres do norte da Índia protegeu mais de 25.900 km2 de bacia hidrográfica de uma floresta do Himalaia, uma vez que o desflorestamento de florestas causava deslizamentos de terras, inundações e erosão de solo. Conhecido como o Movimento Chipko (palavra hindi que significa “agarrar”) recebeu este nome pela prática das manifestantes de impedir a derrubada de árvores fixando seus braços em volta do tronco (prática conhecida como “abraço na árvore”).
Alguns anos mais tarde um movimento ecofeminista no Quênia, Green Belt, iniciou a plantação de árvores para prevenir a falta de água local, os efeitos da erosão e os desafios causados pelo desflorestamento local. Metz afirma que “Como as mulheres da Índia, as mulheres do Movimento Green Belt reconheceram que protegendo e repovoando seu ambiente natural, elas estariam também estabelecendo os fundamentos na direção do desenvolvimento econômico equitativo”.
fonte: www.ecofeminismo.com.br e wikipedia.

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